sábado, 4 de dezembro de 2010

Selva de Pedras


Estava perdido!
O mato chegava em meus ouvidos
Quando ouvi o som de tiros
Repentinamente em tons repetidos!

Estava em uma floresta sombria
Tinha grito, guerra, desarmonia

Gente suando frio
Procurando comida no chão
Alguns deles usavam colchão
E a maioria nem dormia

Corriam
prum lado e pro outro
Alguns procuravam sustento
No meio do esgoto

Rastejavam frases aos superiores
Pra ver se conseguiam vencer suas dores
Pediam café pro padre
Depois iam e nem sentiam saudade

Arrumados e desarrumados
Dependia do que estavam armados
Alguns com trevo de quatro folhas
E outros com o pessimismo à tona!

Pedi pra um uma informação
Mas passou e quase me jogou no chão!
Nesse lugar não existe perdão
Mas sei que alguns ainda têm bom coração

Senti cheiro de comida
que passeava pela vila
E era arroz com feijão
De uma simples família

Mas não doavam não!
Nem se pedisse compaixão
Sua família é o que importa
Que se dane da porta pra fora!

Prédio, casa, rua, calçada
Vejo todas moradias
Umas caras outras de graça
Só depende do tipo de arma

Mas um barulho forte
Força a vista pra frente!
E um som que já conheço
Ecoa alto em minha mente:

“Menino,
levanta do chão!
Sobe logo pro morro
Que o jantar tá quase pronto!”

sábado, 27 de novembro de 2010

Viver


Tudo depende
De como se aprende
A viver a vida

Sempre pensamos em como nos virar
Em como nos darmos bem
E esquecemos de viver
A cada minuto que nos convém

Quem vai nos ajudar somos nós mesmos
Mas temos alicerces
Temos mãos amigas
Infinidades de ajudas e barreiras

Somos filhos e pais
Aprendemos e ensinamos
Sabemos tudo sobre todos
E nada sobre nós mesmos

Vejamos então a vida
De uma forma objetiva
Vamos correr riscos
Mas não podemos mudar de caminho
Simplesmente por causa de vícios

Ajude a si mesmo
Pense em si mesmo
Mas não esqueça dos que ajudam
Dos que atrapalham

Viver intensamente
Faz muito bem pra gente
Não peque, não erre
E se ocorrer, será mais uma etapa
Do saber viver.

sábado, 20 de novembro de 2010

Sabor e Dissabor


É difícil saber
Sentir
Sem poder ver

Mas eu imagino
Num sonho tímido
Dois rostos colando
O calor e o frio

O sabor e o dissabor
Do beijo e do abraço
Do laço dos corpos
Inversão de um colapso

Só tomo cuidado
De não me acomodar
E deixar só no sonho

Pois sonhos se acabam
E se existisse o contrário
Apenas digo
Não quero parar de sonhar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Garota de Praia

Simpatia de te ver
Garota de praia
Meu jeito malandro
Você deve me achar um babaca

Porém, apaixonado
Pelos olhos e pela graça
Desconserto uma frase.
Espantoso enlace!

Respostas certeiras
Argumentos medíocres
Quanto tempo mais eu preciso
Para ela ficar comigo?

E de repente um baque
Um beijo
Virei destaque...

O tempo passou
E lá estava ela
Linda ainda

A luz do abajur em seu rosto
O som da voz doce em minha mente
O toque de seus lábios ainda nos meus
O aroma do perfume no ar

Azar
Meio inconsciente
Ainda lembro do acidente

Hoje a vejo em papel
Na sala de estar.
Adeus.
Agora vou jantar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Pob(d)re Vida

De tanto julgar
Não se comprometerá
A uma vida injusta?

De tanto negar
Não se comprometerá
A uma vida de sufoco?

De tanto bater
Não se comprometerá
A uma vida de sofrimento?

Se fazes por merecer
Se lutas para ter
E és capaz de fazer
Qual dúvida pode haver?

A frase é confusa
Como a vida se torna injusta
Se não há comprometimento
Com a vida que o julga

E apenas sofre de angústia
Quando nega os desafios
Então parte à força bruta
Com o ato “matar” por um fio

É mais fácil dar as costas
Como para um mendigo na rua
Jogar fora a palavra “vontade”
Como se olha nos olhos do mendigo
E joga fora o resto da fruta

Fruta que cai no chão
Na rua da amargura
Rua que dá para a avenida
Avenida que cai na estrada da vida

A mesma vida que foge
Que se esconde
Que julga, nega e bate

Nem preciso dizer
Covarde!
Trata os outros
com desigualdade

E esquece que no fim
Todos vão para o mesmo lugar
Entre terra, pedra e cinzas
Ossos podres e sem vida.

sábado, 30 de outubro de 2010

Amor


O amor?
Lhe apresento.
Claro!
Não fique com medo.

De amor eu entendo
Ele sai do peito
e entra na alma

Eleva-se ao ver
quem um dia veio a conhecer
Timidez é no começo
depois quer se aparecer

Enriquece desejos
fazendo papel de bobo
Destrói estupidez
Mata incertezas

Se faz de santo
Mas atropela movimentos
na hora do desejo

Faz o que não pode
Pode ser mentira
Mentira é uma saída
Sai da realidade

Trabalha ao lado do ciúme
Às vezes isso vira costume
Mas amor de verdade não tem isso
O máximo que pode acontecer
é se tornar um vício.
Amor não cansa
Permanece
Cresce
Não falece

Tristeza são as pessoas
fazerem do amor um objeto
Para usar de forma errada
ou, por ele, serem usadas.

Precisamos sempre lembrar
Que todos precisamos de amor
Seja de alguém
Seja para alguém
Faça o que melhor convém
Mas faça o bem.

sábado, 23 de outubro de 2010

Poucas Palavras

Poucas palavras
De fortes detalhes
Que queimam no ar
De cores diversas

Borbulham no escuro
Sentimentos obscuros
Somente o som do beijo
Traduzido em saudade

Pequenas carícias
Destinos incertos
Clamando em tom baixo
O forte desejo

Apenas do beijo
Que queima no peito
Vindo do vácuo
Não aceito desfecho

Continuo com vontade
Não largue, não deixe
Embora tenha que partir
Embora não irei

Sem antes saber
Qual o desejo
Deste suave momento
Que aqui me vejo.
Te beijo
Te beijo
Suor no rosto
Gelo na pele

Arrepio na alma
Não me peça calma
Desfruto sem medo
Cara a cara

E no ensejo
Ainda desejo
Ao lado de mim mesmo
O que é solidão?
Já não lembro.

sábado, 16 de outubro de 2010

Verdadeira Amizade

Adoro as palavras
Em conjunto com sua forma de expressão
É como ver o sorriso de um órfão
No momento da adoção

Cantar para um cego
E fazê-lo sonhar
Beijar um mudo
E fazê-lo gritar

Mas isso não resume
A paixão
O ciúme
A ti tenho devoção

Jogo os sapatos
Corro para seus braços
Peço carinho
Amor de irmão.

sábado, 9 de outubro de 2010

Pedaço de Chão

Este sol
Que poderia ver
De onde estivesse
De onde quisesse

Ar puro
Sorriso único
Não deixaria este lugar
Por nada desse mundo

Montanhas
Brilho
Chuva
Paraíso

Tudo lindo
Até os abismos
Formas absurdas
Da natureza astuta

Verde, branco
Azul, castanho
Ávido!
Pasmo!

Claro
Parece bizarro
Mas isso me deixa
Extremamente calmo

Lugar de sábios
Humildes
Ecos e alarde

Pedaço de chão
Deste pequeno mundo
Não seria muito
Pedir dele um fruto

Quando Deus ofereceu
E ninguém cuidou
Então se arrependeu
E esse pedaço arruinou

O que sobrou
Foi medo e terror
Pois o homem se esqueceu
Do mundo que Ele criou.

sábado, 2 de outubro de 2010

Danilo Peres (Barnabé Binoto)

Força
Que move desejos
Força
Que envolve movimentos

Luta
Não falo de brigas
Luta
Falo sobre a vida
Vontade
Não limite sua capacidade
Vontade
O horizonte se abre

Crer
Pois tudo é possível
Crer
Só assim você vai crescer

Levantar
Para começar; continuar
Levantar
Não importa quantas vezes caia

Seguir em frente
Não importa a dor
Sempre terá espaço
se fores vencedor

Corra
Mas não esqueça a atenção
Seja rápido
Mas com coesão

Não é necessário
Muita motivação
Pois faz o que gosta
Está em seu coração

Liberte o sentimento
Na hora da batalha
Pois tenha certeza
De que é a sua melhor arma

Sue
Grite
Aceite vaias
Sem ficar triste

A vida é uma só
Deve aproveitá-la
Então levante-se!
Corra e lute
Com toda força de vontade
Creia!
Um dia estará no topo
E então verás
Que o esforço passou num sopro.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sonhos


Os sonhos partem
do fundo da alma
Que se concentram
no silêncio do sono

Nos mostram realidades conturbadas
Experiências passadas
Amores, transtornos
Períodos inventados

Quem quer saber
de onde os sonhos vem?
Apenas aparecem
Nos fazem ver
A mentira e a verdade
O bom e o ruim

Desde alucinações
Concentrando confusões
Até paixões
Exibindo alusões

Prazeres falsos
Porém bem-vindos
Horrores guardados
Desde tempos passados

Assim nos vem
Cenas lógicas e ilógicas
Vídeos do futuro
Aparições não convidadas.

Acordar assustado
Acordar sorrindo
Conseqüências insanas
Deja vu
Xixi na cama.