sábado, 6 de novembro de 2010

Pob(d)re Vida

De tanto julgar
Não se comprometerá
A uma vida injusta?

De tanto negar
Não se comprometerá
A uma vida de sufoco?

De tanto bater
Não se comprometerá
A uma vida de sofrimento?

Se fazes por merecer
Se lutas para ter
E és capaz de fazer
Qual dúvida pode haver?

A frase é confusa
Como a vida se torna injusta
Se não há comprometimento
Com a vida que o julga

E apenas sofre de angústia
Quando nega os desafios
Então parte à força bruta
Com o ato “matar” por um fio

É mais fácil dar as costas
Como para um mendigo na rua
Jogar fora a palavra “vontade”
Como se olha nos olhos do mendigo
E joga fora o resto da fruta

Fruta que cai no chão
Na rua da amargura
Rua que dá para a avenida
Avenida que cai na estrada da vida

A mesma vida que foge
Que se esconde
Que julga, nega e bate

Nem preciso dizer
Covarde!
Trata os outros
com desigualdade

E esquece que no fim
Todos vão para o mesmo lugar
Entre terra, pedra e cinzas
Ossos podres e sem vida.

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