sábado, 4 de dezembro de 2010

Selva de Pedras


Estava perdido!
O mato chegava em meus ouvidos
Quando ouvi o som de tiros
Repentinamente em tons repetidos!

Estava em uma floresta sombria
Tinha grito, guerra, desarmonia

Gente suando frio
Procurando comida no chão
Alguns deles usavam colchão
E a maioria nem dormia

Corriam
prum lado e pro outro
Alguns procuravam sustento
No meio do esgoto

Rastejavam frases aos superiores
Pra ver se conseguiam vencer suas dores
Pediam café pro padre
Depois iam e nem sentiam saudade

Arrumados e desarrumados
Dependia do que estavam armados
Alguns com trevo de quatro folhas
E outros com o pessimismo à tona!

Pedi pra um uma informação
Mas passou e quase me jogou no chão!
Nesse lugar não existe perdão
Mas sei que alguns ainda têm bom coração

Senti cheiro de comida
que passeava pela vila
E era arroz com feijão
De uma simples família

Mas não doavam não!
Nem se pedisse compaixão
Sua família é o que importa
Que se dane da porta pra fora!

Prédio, casa, rua, calçada
Vejo todas moradias
Umas caras outras de graça
Só depende do tipo de arma

Mas um barulho forte
Força a vista pra frente!
E um som que já conheço
Ecoa alto em minha mente:

“Menino,
levanta do chão!
Sobe logo pro morro
Que o jantar tá quase pronto!”

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